sexta-feira, 31 de julho de 2015

A FOGUEIRA DAS VAIDADES

   Mesmo em nosso mundo padronizado e pós-industrial há uma ânsia pelo exclusivo. Quanto mais os produtos são idênticos, cópias uns dos outros, mais são vendidos como exclusivos  pela publicidade. A busca pelo único está tanto na alta costura ( um modelo exclusivo custa uma fortuna) quanto em oferecer uma grande soma em dinheiro para matar um leão que não perturba ninguém ou um milionário vociferando o que o  neoconservadorismo quer ouvir para poder tornar-se presidente e sentir-se ainda mais poderoso.
   Querer ser único numa época em que todos sentem, pensam e agem do mesmo modo parece ser o maior luxo do milênio. Todos almejam se destacar de algum modo mostrando o quanto são diferentes, mesmo que para isso tenham de utilizar um só recurso: o de alimentar a vaidade até o limite do possível.
   Enquanto isso, deteriora-se o mundo em todas as instâncias: desde o âmbito natural ao dos relacionamen-tos pessoais e internacionais.
   Resta a pergunta: homo sapiens é um nome adequado  para a nossa espécie?

(  Google imagens )
 

terça-feira, 28 de julho de 2015

Microconto

Lolla amou-o com os dois eles. Celço só conseguiu reproduzir seus erros ortográficos.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Romance


domingo, 26 de julho de 2015

CONEXÃO

 Nem sempre
o toque, o gesto,
nem sempre
o grito.

Nem sempre
a palavra, o som,
nem sempre
o corpo.

Nem sempre
a forma, o visto ,
 ainda assim
 há encontro no intangível.

(Desenho:  Cleber Pacheco)



sábado, 25 de julho de 2015

DIA DO ESCRITOR

    Um escritor não precisa fazer o tipo rebelde. Nem precisa frequentar rodinhas literárias o tempo todo. Não precisa estar na lista dos bestsellers. Não tem de se enturmar ao lado dos "donos" do poder. O escritor não deve escrever para agradar. Nem para ser o queridinho dos críticos.
   O escritor deve ser inquietante, incômodo, interessante, fazer pensar. Pouco importa quais são as tendências da literatura no momento. O fundamental é a criação, a construção de algo que acrescente, revele, provoque perguntas, amplie a visão de mundo do leitor.
   Um escritor é um pouco aprendiz, um pouco mestre. Um pouco filósofo, um pouco mago. Um escritor é um ser único. E ultrapassa os conceitos e classificações.

terça-feira, 21 de julho de 2015

VER

    São luzes antigas as que vemos. São muitos os olhos que temos. São muitos os universos existentes. Inúmeras eras simultâneas nos invadem, acenam para dimensões múltiplas. São muitas as compreensões e os mundos. Tudo está aqui e não está. Ainda está ocorrendo a Criação. Vida é movimento.
    Colocamos o passado em nossas mãos, o ancestral roça a nossa pele, mergulha em nossas células, brilha em  nossas retinas e a espiral da atemporalidade se conecta ao nosso DNA. O Infinito é Agora.

sábado, 18 de julho de 2015

Felino

O ensino dos gatos
é um modo felino
feito na forma
do mover-se e da pausa,
é um modo inquieto
de aquietar-se,
um repouso restrito
e pausa entretida,
um repouso profundo
a gerar outro sonho,
um instante refeito
na esfera do nada,
 momento a criar
mundos oblíquos.
O ensino dos gatos
é singular modo,
nunca declara
a inteira postura,
sempre espreita
a fímbria das frestas,
percorre intervalos
entre  limites,
declama linguagens
de antigos códigos.
O próprio gato
é pergaminho,
símbolo cravado
entre outros mundos.

( foto:  Cleber Pacheco)

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Cristal

No coração da pedra
o confinamento
das formas assume
o lídimo extrato
dos seres.
No ângulo reto
da geometria das coisas,
a arte da confirmação
do existir
apesar do tempo.

( foto:  Cleber Pacheco)

terça-feira, 14 de julho de 2015

Tormenta

São comuns as tempestades
em todas as estações,
às vezes doem meus ossos
anunciando o aguaceiro.

Dizem que a dor prevê todo e qualquer tempo.

domingo, 12 de julho de 2015

Haiku (2)

   Quando a flor
   finalmente nasce,
   a relva sorri.

sábado, 11 de julho de 2015

Haiku

A noite cai
sobre o lago:
fantasmas da lua.

( foto: Google imagens)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Estação


   O reflexo dos rostos
   no lago
   confunde-se
   com as folhas
   sobre a água.
 
     São diversos
    os outonos.

   ( foto:  Cleber Pacheco)
 
 

terça-feira, 7 de julho de 2015

Capa


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Novo Romance

O escritor Cláudio B. Carlos comenta o livro:

" O Terceiro Dia", romance de Cleber Pacheco, é feito vigoroso. É trabalho de Mestre.  Cada livro de Cleber Pacheco é completo. E,também, cada livro de Cleber Pacheco, carrega em si, a possibilidade de uma continuação, de um encaixe com o anterior ( ou com o vindouro) . Cada livro é, também personagem.  Obra de engenhoso autor, requer leitura atenta. É Altíssima Literatura. O Terceiro Dia é poético, é trágico, e, segundo o autor, é experimental.
   É Obra de Gênio."

   O livro será lançado em agosto pela editora Penalux.

domingo, 5 de julho de 2015

Luz



   Que não sejam apagadas as luzes.
   Que tenha o horizonte a sua lâmpada.
   Que a chuva se propague sobre os rios.
   Que a claridade encontre os seus prismas.

 ( foto:  Cleber Pacheco)

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Ásia

   Mais uma conquista realizada. Recebi o convite e agora sou membro da Asian Council of  Science Editors, com sede em Dubai.