quarta-feira, 14 de junho de 2017

O Túmulo de Charles Baudelaire- Mallarmé




O templo tumular divulga em sepulcral
Boca de esgoto gotas de lodo e rubis
Abominavelmente algum ídolo Anubis
Todo o focinho a arder como um uivo brutal

Ou que o gás novo aviva a mecha trivial
Submissa a opróbrios sabe-se uma meretriz
Ele acende selvagem um imortal púbis
Cujo voo entre lâmpadas é sensual

Que louros a secar em vilas sem poente
Votivos vão benzer como ela põe-se assente
Inútil  frente ao mármore de Baudelaire

No véu que vibra e a ela ausente a envolver
Aquela a Sombra dele um vírus protetor
Por sempre a respirarmos até no estertor

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